(c) Christian Rouge
christian-rouge@orange.fr
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Nos primeiros meses da minha estadia no Brasil o meu estatuto de estrangeiro não estava ainda bem resolvido. Embora tinha carteira de trabalho, oficialmente eu era um turista aguardando um documento de residência definitiva. O prazo legal para um turista permanecer no país era de noventa dias, podendo ser prolongado por mais noventa com a Polícia Federal, depois havia que sair do país e retornar de novo, mesmo se fosse no mesmo dia… aquilo era um absurdo mas tinhamos de obedecer.
Os meus primeiros seis meses terminaram quando me encontrava em Manaus, no meio da Amazônia, trabalhando como gerente noturno para a rede Tropical de Hotéis. A fronteira mais perta nesse caso é a da Colômbia, onde fica a pequena cidade de Leticia, cruzamento com o Brasil e o Peru, em plena selva amazônica na beira do rio Solimões.No aeroporto Eduardo Gomes de Manaus, a Cruzeiro do Sul mantinha um vôo regular com Leticia duas veces por semana e com escala en Tefé no meio do percurso, total da viagem mais de mil quilômetros sobrevoando a floresta, o rio, os igapés e os igarapos. A vista pela janela era maravilhosa. Aquilo somente para três carimbos no passaporte, provando a saída do território, entrada na Colômbia e volta para o Brasil.
O Boeing 737 com reatores Rolls Royce, concebidos para pistas curtas e climas de muita humidade, permitia voar em baixa altura perto das árvores e do rio e pousar em ângulos estreitos… despegar enseguida no meio do terreno para evitar o crash, dando outra volta por cima do aeroporto e tentar de novo a aterrissagem.
Descía num pequeno povoado, perdido no fim do mundo, encontrando algums pives vendendo quaisquer mercadorias, fosse para beber, comer ou mesmo narcóticos de contrabando. Dando uma olhadela ao redor do prédio, que mais parecia uma oficina mecânica, perguntava a tripulação a qual hora retornaríamos para o Brasil. Já tinha os carimbos no meu passaporte e queria encontrar de novo o meu hotel e os meus colegas de Manaus.
Christian, parabéns pelo seu blog. De fato era isso que faltava, um lugar para deixar registrada sua experiências em tantos outros países. Você tem histórias o suficiente para fazer de seu blog um sucesso. Boa sorte.
RépondreSupprimerBesitos, Sonia.