dimanche 17 janvier 2010

UM FADO COM AMALIA


(c) Christian Rouge
christian-rouge@orange.fr 
O Antônio Carlos Magalhães era o Governador do Estado da Bahia. O Guilherme Gomes o Gerente geral do Bahia Othon de Salvador. O Jorge Amado um dos escritores mais populares do Brasil. 
A rede dos hotéis Othon me convidou para trabalhar na unidade de Salvador. Após um treinamento no Leme palace do Rio de Janeiro, assumiria o dobro cargo de Gerente de alimentos e bebidas e de Gerente residente no Bahia Othon. Aquela foi a mais linda experiência que eu tive na minha carreira de hotelaria. 
No seu escritório o Guilherme Gomes ficava poucas horas na parte da manhã somente para assinar os papéis e dar instruções aos chefes de serviços. Quem estava dia e noite no prédio era eu encarregado pelo controle das operações, coisa normal para um residente. Mais de 300 apartamentos, restaurante, cafetaria, bares, piscina, discoteca. Eu me sentia como se fosse o dono de uma estrutura de milhões de dólares, com um luxo incrível. 
O governador Magalhães vinha seguidamente no restaurante do hotel para jantar com amigos. Certas vezes ficávamos conversando dos assuntos políticos brasileiros. O homen tinha sido ministro do governo federal, senador e iria ser nomeado pela segunda vez governador do estado da Bahia. Ele conhecia bastante das problemáticas nacionais. O Jorge Amado também vinha almoçar com a sua esposa, uma mulher bastante afetiva e doce com quem compartilhavamos momentos de muita simpatia. 
O escritório central da rede Othon fica na rua Teófilo Otoni no Rio de Janeiro. Naquele local trabalhava o meu amigo Virgílio que era o diretor geral dos hotéis, ou seja o chefe dos gerentes gerais e dos gerentes residentes. A familia Bezerra de Melo, dona da empresa, também intervinha de vez em quando no controle dos hotéis, particularmente o Luiz Moura e o Roberto filho. No ano anterior do meu contrato o Othon Palace de Copacabana tinha organizado uma semana brasileira no hotel cassino Estoril de Cascais perto de Lisboa. O Ministro do turismo português queria retribuir o acontecimento escolhendo o Bahia Othon por ter sido Salvador a primeira capital do Brasil na época colonial. O Christian Rouge foi enseguida nomeado responsável pela coordenação do evento. Um vôo especial dos Transportes Aéreos Portugueses foi afretado para levar a comitiva. Cozinheiros e pasteleiros do Estoril, escritores e pintores com algumas das suas obras, guitarristas e fadistas da associação folclórica da TAP, uma delegação do governo português e Amália Rodrigues com a sua equipe. Fizemos três noites portuguesas num fim de semana no salão principal do Bahia Othon, com jantares fabulosos e espetáculos lindíssimos. Cada vez, após o último fado, eu subia no palco para agradecer ao público e oferecer um ramo de flores a Amália. Logicamente estavam presentes o Antônio Carlos Magalhães, o Guilherme Gomes e o Jorge Amado com a sua esposa... 


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